domingo, 28 de junho de 2015

sentidos

Toques
cheiros
abraços
fugas
filosofia
literatura
confusões
música
e minhas palavras que,
apesar de me encontrarem,
ainda se sentem perdidas.
E o meu olfato,
e o meu tato,
e todos os meus sentidos,
misturados ao desconhecido intenso de mim,
abalados ao desejo que contorna minha alma,
que redesenha minha poesia
e que consome o meu medo,
me dando alegria,
mesmo na solidão.
E a poesia, intensa, forte, plena,
mais necessária que o ar,
e a poesia,
que não me basta,
que é menor que os beijos que não são recebidos.
Descontrole, sentimentos,
e tudo mais que eu puder perceber,
sem sequer saber de onde veio e para onde vai.
Não sei de mais nada,
tenho apenas os meus sentidos ofuscados
e inertes aos meus desejos,
tenho apenas os cheiros que sinto
e nunca foram para mim,
tenho apenas os desejos que perco,
por que são apenas meus;
e meus sentidos se confundem
dentro de minhas palavras
que desafiam a razão
que manda eu me calar.
Posso perder

mas não sei como me calar. 

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