sábado, 13 de junho de 2015

Do que são feitas as palavras que não podemos escutar
quando o coração dispara,
as mãos transpiram,
os pés se movem
e paramos de ter qualquer resposta?
O que fica na frente dos nossos olhos?
O que fica atrás dos desejos?
O que apaga os pensamentos?
Por onde o corpo se move quando apenas quer ficar parado?
Qual o tamanho do universo,
quando o único desejo é tocar o seu rosto com as mãos
e os seus sonhos com um sorriso?
Do que são feitos os sorrisos?
Mãos frias. Mãos quentes.
Olhar tímido. Olhar convencido.
Palavras silenciosas.
Abraços. Lembranças. Espera. Abraços.

Sou feito de poesia.
Me apaixono com versos soltos,
arranco sorrisos com facilidade;
nunca perco as palavras,
apenas as deixo de lado
quando posso sentir o cheiro ou o calor de um contato direto.
Sou feito de tudo que eu não possuo,
mas que caminha através de mim.
Sou feito mais de você do que de mim mesmo
e minhas palavras não são minhas,
nem a minha poesia;
são todas suas e apenas as entrego
e me sinto feliz
e me sinto em algum lugar que jamais poderei descrever,
que jamais poderei tocar
que jamais poderei perder.
Só preciso viver dentro dos seus olhos,
no aperto das suas mãos,
no carinho do seu silêncio,
só preciso viver,
e nada mais.

Onde termina uma história que ainda não começou?
Onde começam as histórias que não podem terminar?
Como aprendemos a atravessar os séculos com tanta maestria?
Não me lembro.
Só sei que o tempo já ficou pra trás
e nada mais importa,
apenas estar lá,
estarmos lá.

Do que foi feito esse poema?
De poesia é claro. Poesia e palavras.

E de você. 

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