terça-feira, 12 de junho de 2018

eu sou o inverno


Eu sou o inverno
que faz crescer o fogo porque o frio corta a alma
e acende a loucura que o tempo jamais irá explicar.
Eu sou o gelo
que queima e paralisa e tira a dor e tira o medo do inferno
porque o fogo acelera e embrutece
todo esse fogo dentro de mim
que me torna de gelo por fora
de gelo pra fora
me torna inverno, frio e ardente.
Eu tenho um inferno
feito de gelo e fogo e tempos perdidos e daqueles que me cercam e cerceiam,
me deixando sem onde ou quando ou como
me fervendo a alma e congelando os desejos mais profundos.
Eu sou a arte
que supera o inverno e o fogo e encontra o homem
além do tempo e dos tempos dos homens
e do momento de si mesmo.
Eu sou aquele que sabe o que é
porque é o que sabe.
Sou o frio que queima
o fogo que esfria
o tempo que para
a arte que cria e descria o mundo à minha volta.
Eu sou o tempo
que roubei de mim para ferver e congelar e me perder sem caminho.
Eu sou o que sou,
eu sou eu.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

sombras do tempo

As palavras dilaceradas espalhadas como tempo perdido
me falam das mesmas estradas seguidas nas aventuras confusas
de uma mente que mente quando o tempo para
porque só fala a verdade diante do espelho, vendo os olhos do eu.

A força que dói nos caminhos pequenos,
voltados aos lados de uma história retorcida em mundos pequenos
mundos pequenos e homens grandes repletos de ser
repletos de amor e ventura.

Somos parte de um todo confuso e sem tempo,
somos parte de palavras mais belas que nossos sentimentos,
somos parte de partes pequenas de dentro de nós.

Há tudo entre nós,
e o universo se abre quando os olhos se tocam,
quando as mãos se misturam.