segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Soneto de papel

 Sonhei que o mundo era feito de papel

e que eu poderia imprimir nele todas as minhas palavras,

e sonhei que cada uma das palavras

faria do papel um novo lugar...

 

descobri que o mundo era feito de muros de pedras

onde não se pode escrever

e que as palavras, mesmo gritadas

paravam na pedra dura que não podiam transpassar.

 

Áspero demais para se escalar, forte demais para ser derrubado

contínuo, obscuro, feito para prender almas congeladas

de medo do que nunca lhes foi contado.

 

Sonhei que ao invés de muros existiriam palavras

rabisquei poemas com as unhas e

feri os meus dedos mais vezes do que posso contar...

Um comentário:

  1. Poesia universal. A verdade política, a verdade social no retrato urgente. O ser em busca da liberdade/libertação

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