terça-feira, 26 de agosto de 2025

Eu e Você e a Arte

Não, isso não é um poema de amor, é um poema numa prosa estranha, de permanência ao lado junto em conjunto ou separado através de uma mão que é dada, no toque ou apenas na concordância do vamos juntos com motivos ou sorrisos ou apenas silêncios encostados em nossas faces que não se encostam mais porque nossa espécie está se esquecendo de como é conectar-se e já não somos mais capazes de saber como é a temperatura, o cheiro e a textura daqueles ao nosso lado isso se existir um lado para ficar.

Às vezes sinto o cheiro da arte exalando de um corpo colado numa alma colada na essência da beleza de artistar-se e enveredar-se sobre um vento que não sopra e mergulhar naquilo que chamamos de um mundo inventado, tão verdadeirizado que nenhum outro mundo se torna preciso no pedaço conciso de eternidade que ousamos tocar para embelezar as lacunas do eu que se preenche da única vida que existe, uma vida que consiste em bailar ao som do tempo para que o tempo se funda com a imensidão

Arrasta seu pé do lugar parado encrustado da centelha das regras vazias que parecem enevoar a nossa visão de tudo aquilo que não se pode ver e apenas existe no cheiro da essência não exalada aos corações empedrados que choram ao invés de se aquecer porque o fogo foi encarcerado no vai e vem do dia capitalista, um pedaço da semana capitalista que é parte do mês capitalista enfiado no ano capitalista que alimenta a eternidade de pegar o dinheiro e gastar ou guardar esperando um dia gastar quando precisar e nada mas nada mesmo acontece além de se deixar a alma derreter em um cofre enferrujado.

Eu e você podemos fagulhar a arte e chegar perto tão perto até que o espaço desapareça porque quando todo espaço desaparece e nos aproximamos infinitamente explodiremos em um sol imensamente brilhante feito não de fogo mas de matéria que se funde continuamente e só quando este sol brilhar é que a vida vai acontecer sem deixar de ser planejada ou organizada já que agora é apenas um engano de planos que nunca existiram se pensarmos que a vida sem o sol nunca foi vida e sem vida nada do que se fez de fato existiu e todo amor se esvaiu através de nossos perdidos passos nunca dados por nossos pés fincados no chão que nunca nos pertenceu.

Abraça-me, não como dois mas como sol, a única estrela de que realmente faz sentido em nossas vidas porque tomamos o mesmo sol e respiramos o mesmo ar e bebemos a mesma água desse mundo e com um pensamento pouco profundo acreditamos que somos dois eu e você separados e não artizados um ao outro pela nossa arte não nossa já que ela compreende toda a criação

Cheire sua mão ao acordar e busque aspirar que cheiro realmente existe em você entendendo quem mora aí dentro.

Escute sua respiração antes de se levantar e ouça o canto que a sua vida sopra o tempo todo para acordar o seu coração.

Toque o seu rosto e entenda a fusão você e torne-se uma coisa só ligando espírito corpo e percepção de vida.

Permita nascer o sorriso ainda antes dos seus pés tocarem o chão e entenda que nele está contida toda a felicidade do mundo.

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