Sentar sozinho em uma padaria
e comer uma fatia de bolo...
talvez ler um livro, porque
minhas palavras se perderam
então bebo as palavras de outros.
Ano 41, toda a razão desumana
agora conhecida e experimentada.
Tenho um inimigo que dispara suas
armas todos os dias
para que eu não me levante.
Tenho amigos,
mas nenhum deles sabe como eu me
sinto.
Acordei no ano 41 e recebo várias
mensagens
mas nenhum
abraço.
A vida se tornou uma exibição de nadas
para que outros nadas vejam
e o vazio rasga as almas, ou o
que resta delas.
Sentar sozinho, a solidão é a
única companheira fiel.
Como um verso solitário
de palavras que já não encontro.
Como o silêncio dolorido
massacrado pelo ruído dos
corações de pedra.
Sentado sozinho ao lado de palavras
perdidas
que nunca serão ouvidas, pois só
possuem forma
comemoro o ano 41
com o silêncio das minhas
palavras apenas minhas.
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