segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Elegia 41


Sentar sozinho em uma padaria
                                                e comer uma fatia de bolo...
talvez ler um livro, porque minhas palavras se perderam
então bebo as palavras de outros.
Ano 41, toda a razão desumana agora conhecida e experimentada.

Tenho um inimigo que dispara suas armas todos os dias
para que eu não me levante.
Tenho amigos,
mas nenhum deles sabe como eu me sinto.
Acordei no ano 41 e recebo várias mensagens
                                                               mas nenhum abraço.
A vida se tornou uma exibição de nadas
para que outros nadas vejam
e o vazio rasga as almas, ou o que resta delas.

Sentar sozinho, a solidão é a única companheira fiel.

Como um verso solitário
de palavras que já não encontro.
Como o silêncio dolorido
massacrado pelo ruído dos corações de pedra.

Sentado sozinho ao lado de palavras perdidas
que nunca serão ouvidas, pois só possuem forma
comemoro o ano 41
com o silêncio das minhas palavras apenas minhas.   

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