quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PB

Me abrace
porque eu vejo tudo preto e branco
sem cores
sem significado

Seu sorriso escondido
esquecido
um toque que está longe demais
para se sentir,
uma verdade desmascarada
em silêncios pequenos
e um ruído que de tão infinito
é como sua voz que eu jamais escuto.

Me abrace
que eu vejo tudo silencioso demais
sem música
sem passos
sem magia.

Como um dia que se acaba
em nuvens ralas e amareladas,
alimentando uma caneta quebrada
que rabisca um poema.

Mãos silenciosas.

Me abrace
porque o tempo só começa a chegar
e muito tempo ainda falta pra que tudo passe.

O amor envelhece
antes mesmo de se tornar leal,
seguro
ou apenas ingênuo.

Me abrace
e abrace agora
porque me resta apenas
um pedaço de caneta
e um caderno velho;
me resta a noite
que cobre lá fora
as minhas verdades.

Está tudo descolorido
tinta preta
papel branco
poesia sem cheiro
abraços sem calor

Me abrace
porque tudo é poesia
e a poesia termina agora.

domingo, 18 de outubro de 2009

Minha história se esbarrou comigo,
a desconheci,
a perdi...
meus caminhos escorregaram em segredos;
todos os dias que não passaram eu vivi.

Minha caneta não cessou a tinta.
Meus poemas não interromperam o tempo,
meus versos não calaram a minha voz.

Sou o que o tempo diz
que não existe.
Sou o que os olhos enxergam
quando fechados.
Sou a memória de todos os meus eus,
esquecidos.

Penso devagar,
sinto devagar;
vivo.

Minha história não encontrou um fim,
Meus caminhos não se cruzam,
e ando em todos.
E os dias simplesmente passam...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Brumas

Está nublado aqui no por do sol,
levemente escuro, frio.
Pouco silencioso é claro.
Estou quieto na frente do computador,
li um email, procuro uma pessoa, pesquiso algumas empresas,
enfim,
escritores e seus blogs,
poetas e seus destinos,
destinos e seus limites.

Onde o sol se põe parece estar imerso em brumas,
numa beleza infinita que corre com o tempo, com o silêncio,
onde estou
parece estar imerso em nada,
em uma voz que a muito não escuto
em uma foto que eu não tenho
Minhas palavras são como brumas,
envolventes, às vezes frias,
às vezes belas.
E às vezes simplesmente se esvaem no infinito.

Queria estar aqui,
estar aí,
ao seu lado,
sozinho,
não sei.

Estou muito escritor hoje,
de certa forma isto é bom.
Aguardo um beijo em pensamento
e um silêncio em palavras,
uma eternidade que desmistifica o meu destino,
peculiares versos, peculiares sílabas.

Sorrisos infinitos dentro da minha cabeça,
olhar nublado,
silencioso,,,
simplesmente olhar,
imerso em brumas...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Algumas pessoas marcam você de uma forma tão estranha,
um sorriso que fica escondido
e jamais esquecido

quando o que mais importa é apenas estar ali,
por perto,
ouvindo sua voz,
não importa onde você está,
se em Paris ou sentado num banco de praça tomando um sorvete,
o que é signigicativo é quem está com você.

Estar
pensar
sentir
não perceber mais nada
deixar que o tempo passe suave e silencioso
marcando os corações pra sempre
deixar que os olhos limitem a sua visão
a apenas um olhar
e este olhar é sensível o sulficiente para ser eterno

É tão estranho quando alguém marca você,
com uma marca invisível,
imutável,
infinita...

Não é preciso saber do tempo,
da economia,
da política;
é preciso apenas o ar à nossa volta,
porque o tempo não passa
o mundo não gira,
os olhos não se enganam
quando a ternura conecta as almas...

É preciso eternidade para cativar os corações,
e quando cativos,
é preciso o infinito
para guardar a sua ternura...
imutável no silêncio de um sorriso jamais esquecido...