quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

liberdade

Se meus pés forem fincados à terra
terei ainda a possibilidade de olhar o céu,
ou de fechar os olhos e enxergar o infinito;
porque terei liberdade e não serei escravo da terra que me aprisiona.
Se minhas mãos forem acorrentadas
e eu não puder mais escrever,
poderei ainda gritar as minhas palavras e
se a voz faltar
as repetir até que eu não as esqueça jamais.
Pois só é livre quem é digno,
quem não se ajoelha diante da morte e sim,
morre diante do inimigo sem desistir.
Liberdade não vem com migalhas,
pois se libertar implica em perder tudo que a prisão dá a você,
até o que é bom.
Libertar-se é estar só
até que a solidão baste
e ninguém mais possa te aprisionar.
Libertar-se é olhar o ódio e o amor à sua volta
e não ver mais ninguém,
apenas o seu caminho,
pois só existe amor de verdade quando estamos livres.
É preciso esquecer tudo
e reinventar tudo,
é preciso deixar tudo e todos
e reescrever o seu nome em outras páginas.
Libertar-se
é erguer as mãos e os olhos ao convite do vento
e perder o medo de voar,
ainda que isto te torne um alvo fácil
que morra breve, mas morra livre.
Viver com as mãos acorrentadas e
pés enterrados
é já estar morto.
Liberdade é quando sua alma não sente mais o peso
das palavras dos que te odeiam
nem das palavras dos que você ama,
é quando você ouve apenas
as palavras que convidam ao vento.

Libertar-se é uma decisão.
Vencer o medo deve ser inevitável.
Mas o medo só vai
quando paramos de receber cada migalha de conforto
que ele nos oferece;
é ter a dignidade de amar a você
antes de se escravizar no falso amor de alguém;
é querer estar livre
mais do que estar acalantado nos braços do cárcere;
pois quem dorme no conforto da escravidão
acorda indigno e acreditando que
seu dono o irá libertar,
se fosse, não o teria escravizado.

Liberte sua alma
vá com o vento
dispa-se e não leve nada
quebre as correntes, com a força que for necessária.
E nesse caminho
a felicidade abrirá os braços para você.

Liberte-se e comece a viver.


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